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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A HISTÓRIA DO BURLESCO

Voce já deve ter ouvido falar em Show Burlesco, conhecido atualmente como uma forma de striptease bastante perfomática, mas em décadas passadas ele originalmente não consistia somente  nesta forma de expressão artística.
Para pesquisar sobre o tema, abaixo estão algumas informações sobre o tema  coletado através de diversos sites e blogs que falam sobre este universo.

INÍCIO:
O burlesco tem suas origens nos music halls da Grã-Bretanha do século 19, onde o termo se referia ao entretenimento teatral de uma forma cômica de se curvar. Em 1840, as sátiras de comédia burlesca entretinham as baixas e médias classes fazendo graça (ou “burlescando”) de óperas, peças e hábitos sociais das classes mais altas. Durante o ano de  1860, mulheres nuas e com belas formas foram inseridas para manter a audiência interessada. 
Na idade Vitoriana, as  mulheres sérias ou ditas direitas,  optavam por grandes comprimentos de roupa para esconder seus físicos debaixo de babados e  a idéia de moças aparecendo no palco em apertadas roupas ou espartilhos,  foi uma grande emoção que contagiava o público.

Exportado à América
A britânica Lydia Thompson foi a primeira estrela burlesca e foi fundamental na exportação do estilo para a América do Norte.
Em 1860 sua troupe burlesca – As British Blondes, ou “loiras britânicas – se tornou na maior atração teatral de New York. Seu primeiro hit foi Ixion, uma paródia mitológica que continha mulheres em colãs reveladores fazendo papel de homem. Mulheres nuas interpretando agressores sexuais, combinando grandes figurinos com uma comédia insolente.
Toda a produção e direção foi foram idealizadas  por ela.

                                                                Lydia Thompson
A explosão do BURLESCO

 
O sucesso de Lydia  Thompson lançou uma explosão burlesca e  Mabel Saintley se tornou a primeira estrela americana nativa deste estilo de show. 
A partir dessa data, o burlesco se tornou  uma mistura de ator de comédia masculino com uma perna de mulher à mostra com música e dança. Era bem monótono comparado com a atualidade , mas um pouco de perna naquela época levava a audiência à loucura.
Na França eles tinham seus próprios métodos burlescos  no qual a dança chamada cancan e os espetaculares music halls como o Folies Bergére e o Moulin Rouge, se tornaram característicos.

Começo do século 20

Na primeira metade do século 20 os shows burlescos floresceram nos dois lados do Atlântico. Na América, editoriais e sermões condenando o burlesco como “indecente” só
tornou o estilo mais popular e os teatros burlescos estouraram através dos EUA. 
A maior estrela burlesca do século 20 foi Millie DeLeon, uma atrativa morena que atirava suas ligas para a audiência e ocasionalmente abandonava o uso de colas. Tantas travessuras a deixaram presa em algumas ocasiões, que ajudaram a dar ao burlesco uma reputação obscena. A partir disso, dançarinas de burlesco eram como a versão vitoriana de mulheres de jogadores de futebol. 
Fora dos palcos, elas tinham uma presença ornamental, provocando socialites bem-nascidas e até a realeza, desse modo transgredindo sua origem de classe operária. Adornadas de maneira supérflua eram a arma perfeita para escritores como Jean Cocteau e Oscar Wilde.

O nascimento do strip-tease

Em 1920, filme e rádio estavam caindo na popularidade burlesca. Então o strip-tease foi introduzido como uma oferta desesperada que de alguma forma, o filme e o rádio não podiam fazer.
De fato, o strip-tease esteve aí desde o final do século anterior. Então, promotoras do burlesco tiraram o strip do baú e o puseram nos palcos. As stripers tinham uma fina linha tenue entre a perversão  e decência, que podiam colocá-las na prisão por corromper a moral pública. Logo, as stripers foram denominadas burlescas, e sua rotina se tornou crescentemente explícita. Para evitar a nudez total, mas ainda dando à audiência o que ela queria, as moças tapavam as virilhas com cordas frágeis e algo para tapar os mamilos. Isso era suficientemente o bastante para evitar o ataque da polícia. Mas agora os homens iam aos shows burlescos para ver mulheres fazendo strip. A comédia não era mais a atração chave. Quanto mais as garotas tiravam, mais a audiência gostava. Numa época onde o medo por um escândalo pessoal e doenças sexuais eram preocupantes, o burlesco estava relativamente a salvo. Estrelas dessa era eram as dançarinas Sally Rand e Gypsy Rose Lee.
Sally Rand

Década de 20 e  a repressão
Enquanto a popularidade do burlesco aumentava, também acontecia o mesmo com as criticas. Na metade da década de 20, a depressão da América começava. Empresários burlescos contavam com seus advogados, que sempre vinham com brechas legais por mais de uma década.

Garotas nuas em Londres
No começo de 1930, Laura Henderson abriu um pequeno teatro em Londres, o Windmill. Ali, ela lançou um
initerrupto show de variedades com cantoras, dançarinas, showgirls, e números especiais. Logo, virou um sucesso. Mas quando Laura decidiu imitar o bem-sucedido Moulin Rouge e colocar garotas nuas no palco, o negócio explodiu.
Ali foram concedidos suntuosos shows com temas de nu com temas como sereias, índias, etc.   O espetáculo chamado Garotas Nuas chegou à Grã-Bretanha e o teatro havia se tornado mundialmente famoso. A maioria dos clientes do teatro Windmill eram famílias, tropas de guerra assim como celebridades, que vinham como convidados de Laura, incluindo a princesa Helena Victoria e Marie Louise (a filha e a neta da rainha Vitória). Elas seriam o ocasional problema com clientes masculinos, mas a segurança estava sempre ali para olhar por comportamentos impróprios. A história desse famoso clube foi imortalizado no filme Mrs. Henderson Presents, com Judi Dench e Bob Hoskins.
O teatro Windmill e suas Naked Girls
  Cena do filme''Mr. Handerson Apresenta''


O ano de 1940
Foi a década das chamadas pinups. Hollywood estava emergindo em uma imagem sexy e glamourosa que devia muito ao burlesco, com mulheres de chapéu esparsos, malhas e colãs de arrastão, dançarinas de fan (leque de penas), garotas  em estilo cancan e uma multidão de saltos altíssimos. 
Com isso vieram as sereias sexys do cinema como Betty Grable (que na época fez um seguro de um milhão de dólares para duas pernas). Apesar da depressão dos EUA, as revistas masculinas com títulos como Peep Show, Eyeful e Cavalcade of Burlesque continuaram a manter o burlesco vivo. Clubes noturnos contrataram estrelas para dançar em seus clubes e uma nova forma de burlesco em clubes havia emergido. A maiores estrelas burlescas americanas como Gypsy Rose Lee, Sally Rand e Georgie Sothern formavam suas próprias companhias e faziam tournês pelo país com suas showgirls e levou o estilo de dança hollywoodiano às massas.
Novas dançarinas surgiram com figurinos e coreografias mais elaborados. Tal como Lili ST.Cxyr, que impressionou audiências com seu banho de espumas no palco e Evangeline, a Garota Ostra, que surgia de dentro de um concha.

O ano de 1950
Essa década foi o ponto máximo do glamour em Hollywood. A forma feminina era celebrada na grande tela como nunca antes. Seios voluptuosos e grandes quadris eram a coisa. O corset teve um retorno dramático. Com Marilyn Monroe em cena, sua mistura de comédia com “tiração” de onda deve muito ao velho estilo burlesco.


E no cenário burlesco mundial, Marilyn Monroe tinha até seu própria imitadora chamada Dixie Evans – que mostrou muito mais do que Marilyn mostrava enquanto dançava com Joe di Maggio (marido de Marilyn).
Também foi a década de Bettie Page, uma garota pinup que estrelou em inúmeros filmes burlescos – Striporama (1953), Varietease (1954), e Teaserama (1955).

                                                                   Bettie Page

O ano de 1960
Pornografia explícita se tornou facilmente disponível e o homem não mais precisava de stripers para alimentar suas fantasias. Os poucos shows burlescos restantes tinham um pornô leve. A era do amor livre e nudez deixou a arte do strip-tease redundante e fora de moda. No burlesco começou um leve e longo declínio.


De  1970 a 1990
Em um mundo onde o sexo está por toda parte, o burlesco ficou totalmente extinto.

Na América do Norte, somente Las Vegas manteve o glamour vivo com suas exóticas showgirls tipicamente em topless adornadas com plumas, lantejoulas e arrastões. Na Europa o Mouling Rouge se tornou a atração principal emoldurado pela era ''disco.''

O renascimento
Na metade dos anos 90, uma nova geração nostálgica pelo espetáculo e glamour dos velhos tempos nasceu, e foi com o retrocesso contra o “já-vi-tudo” da pornografia, que renasceu a arte da provocação. Agora com os clubes burlescos surgindo de todas as partes do globo e Dita Von Teese se tornando a primeira super-estrela do gênero, o burlesco está de volta em pequenas doses.




                                                     Dita Von Teese
Veja mais em:
http://www.burlesqueguide.net/burlesque_history.html
Trailer Mrs. Henderson Presents:
http://www.youtube.com/watch?v=ARs0uaNBg9o

Artigo sobre dança burlesca escrito por Shaide Halim:
http://shaidehalim.blogspot.com/2010/05/danca-burlesca-arte-de-se-despir.html

Moulin Rouge:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moulin_Rouge

Dita Von Teese fansite:
http://www.ditavonteesefan.net/

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