Quando eu era criança, sempre ficava fascinado pelas capas de discos que encontrava na casa de meus pais e de meus tios e primos. Lendo e pesquisando resolvi saber um pouco sobre o selo Blue Note que edita coisas do jazz. Pois bem, não tinha como não publicar este resgate histórico que resolvi postar por aqui, depois de ficar horas pela internet olhando blogs e sites.
Tudo começou quando dois imigrantes alemães Alfred Lion e Francis Wolff , radicados em Nova York criaram o maior selo da história do jazz nos Estados Unidos, a gravadora Blue Note Records. Inicialmente fizeram gravações que se tornariam históricas através dos pianistas Albert Ammons e Meade Lux Lewis em 1930.
O selo Blue Note é sempre lembrado pelo design moderno e inovador das capas dos álbuns e pela qualidade sonora de seus registros. Este selo imprimiu uma nova leitura gráfica visual. A composição do design gráfico é primoroso e mudou a estética de apresentação das capas de discos. Os responsáveis por isso são o designer Reid Miles e o engenheiro de som Rudy Van Gelder. Durante os 15 anos em que trabalhou com a gravadora, Reid Miles fez cerca de mais 500 capas e soube como ninguém, aliar sua técnica de ilustração gráfica, com as fotos produzidas por Francis Wolff. Muitas de suas capas de discos, se tornaram clásicas e são cultuadas por colecionadores do mundo inteiro. São motivo de colecionadores as capas do jazz como: Soul Station-Hank Mobley, Mode For Joe-Joe Henderson, Hub-Tones- Freddie Hubbard e Point Of Departure- Andrew Hill.
A engenharia de som produzida pelo selo, tornou-se um sinônimo de qualidade e efetuou gravações definitivas dos principais músicos do selo, como Kenny Burrell, Miles Davis, Thelonious Monk, Art Blakey e Wayne Shorter.
O auge da Blue Note aconteceu entre os anos 50 e 60, época em que o jazz trouxe uma nova cara para o mundo. Era considerado avant garde pois começou a ter uma influencia musical diferenciada.
O selo Blue Note com a chegada do rock nos anos 60 e com o jazz fusion, na década de 70, começou a sentir a diferenças do mercado consumidor de música. Por volta de 1966, Lion vende o selo, porém os novos compradores simplesmente o abandonam e a gravadora fica parada por uma década.
Somente em 1984, o selo foi adquirido pela EMI- RECORDS através do empresário Bruce Lundwall que começou a trabalhar para um novo mercado consumidor. Visonário, fez um trabalho memóravel .
Para o relançamento da gravadora, Lundwall não economizou esforços e produziu um show com grandes nomes da Blue Note, em 1985, no Town Hall em Nova York. No palco estavam nomes como Herbie Hancock, Joe Hendeson, Kenny Burell, Stanley Jordan, Tony William, Ron Carter, Freddie Hubbard e Cecil Taylor. O histórico encontro foi gravado e lançado anos depois com o nome de One Night With Blue Note.
Desde então, a gravadora não parou mais de lançar discos e novos artistas e voltou a ser referência para uma nova geração de ouvintes de jazz. Para sobreviver a nova realidade, a Blue Note resolveu mesclar seus discos entre músicos mais jazzistas (Stanley Jordan, Bill Charlap, Greg Osby e Joe Lovano) e artistas com um toque de modernidade (Norah Jones, US3, Madlib, Cassandra Wilson, Medeski Martin & Wood, Lionel Loueke e Soulive).
Em 2009, a gravadora fez 70 anos e para comemorar lançou o disco Mosaic: A Celebration of Blue Note Records, além de promover uma turnê por dezenas de cidades dos Estados Unidos. Comandada pelo pianista Bill Charlap, The Blue Note 7, formado por Nicholas Payton (baixo), Ravi Coltrane (sax), Steve Wilson (sax), Peter Bernstein (guitarra), Peter Washington (baixo) e Lewis Nash (bateria). No repertório, temas como “Mosaic” (Cedar Walton), “Inner Urge” (Joe Henderson), “Criss Cross” (Thelonious Monk) e “The Outlaw” (Horace Silver).
Atualmente o selo Blue Note é pesquisado por milhares de dj's que copilam e fazem mixagem, levando as pistas de dança de música eletrônica vibrarem. Parece que o mundo evolui, mas o que é bom sempre fica.
Atualmente o selo Blue Note é pesquisado por milhares de dj's que copilam e fazem mixagem, levando as pistas de dança de música eletrônica vibrarem. Parece que o mundo evolui, mas o que é bom sempre fica.
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