Eu gosto de dismistificar alguns princípios ligados a arte através do olhar sobre a produção artística contemporânea. Sempre acredito que o olhar para a arte tem que estar liberto para entendê-la. E a criação artística pode estar expressa por diversas formas documentais e registros para serem apreciados. Pode parecer complexa a interpretação ou a leitura de muitas obras, mas quando falo isso é porque a expressão ''documento'' refere-se ao resgate conceitual ou a idéia que a arte pode gerar como uma forma de pensamento. Há na arte o que eu denomino de filosofia contextual, quando o trabalho artistico efetua um dialógo com a imagem, como uma expressão de um pensamento original ou extremamente criativo.
"Estado de Transitoriedade", o projeto do artista holandês Sander Wassik, é na verdade um conceito de documentário. Sander não apresenta um objeto físico, mas apenas imagens ou estudos. Na realidade são manifestos fotográficos, registros de uma cadeira em constante mutação e construído com diferentes materiais descartáveis.
E é sobre esta possibilidade de um olhar inventivo que está sua arte, trasnportando-nos para uma possível criação.
Sander chama a atenção para a história material de uma cadeira a partir de materiais reciclados, através de seus passos evolutivos, o crescimento potencial futuro em novas formas, com novas adições ou subtrações, combinações e construções.
Ele parece brincar, acentuar e determinar a ingenuidade da produção humana e da fragilidade de conceber o objeto como uma idéia rígida, que não pode ser desconstruída.
É uma maneira de pensar sobre o design, algo de menos e mais sobre o uso de um objeto pré-existente.
O que acho interessante é este outro mundo que ele cria, no qual está nas entrelinhas um valor de um novo tipo de beleza ou de uma estética. E neste contexto que poderíamos dizer que está algo filosófico em sua arte e você tem que está liberto para pensar e entender.
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