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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Uma estória de amor contada pelo Graffiti de Pedro Teixeira- DRIIN

Alguns anos atrás passei por alguns lugares da cidade e um desenho grafitado me chamou atenção. Este desenho era um graffiti que tinha uma  delicadeza impressionante e representava uma menina de olhos fechados.Fiquei pensando em quem poderia ter feito aquilo e qual o significado desta linda imagem. Um dia vendo uma entrevista em um canal de tv local, um jovem relatava sua experiência com graffiti.  Era  Pedro Teixeira mais conhecido como Driin ,o autor da imagem daquela menina de olhos fechados.Depois de um tempo conversando com  o artista Paulo Gôvea, ele elogiou a street art de  Driin e me colocou em contato com seu trabalho.Pois bem, comecei a observar com atenção seu desenho e encontrei fragmentos maravilhosos na expressão de sua arte. Pouco o conheço, mas pelo que vejo em sua trajetória, é que este artista parece ter uma enorme paixão  pelo que faz.  Mora em Florianópolis  e quando era criança sujava as paredes da casa que morava,  fazendo seus desenhos. Ele também  passava horas olhando perplexo, a imagem de um pôster que estava na cabeceira da cama  de sua mãe,  que era o ''Jardim das Delícias'' de Hieronymus Bosch(1450-1516). E dá pra imaginar  o impacto de um menino olhando a obra delirante deste grande pintor holandes. Havia também duas imagens que ele apreciava em sua casa, eram as reproduções das '' Quatro Estações'' de Alfonse Mucha e uma de Kandinsky. Registros da memória de sua  infância que ele guardou de maneira emocional e gerou mais tarde com sua formação academica o desejo de desenhar e pintar. Em 2000, Driin já tatuava e criava desenhos, expressando o  sentimento artístico   que sentia. Formou-se em 2006, em design gráfico e atualmente faz mestrado em artes visuais. Mas sua paixão pelo graffiti tem uma estória linda de amor. Driin para despertar a atenção de uma pessoa e mostrar o sentimento que sentia por ela, começou a fazer o desenho de uma menina que tinha os olhos fechados. Este desenho foi realizado  por muros e paredes na cidade  por onde ela passaria. Este código sinalizava uma mensagem, como se pudesse gravar lúdicamente na memória  da pessoa, a expressão de seu sentimento. Este artista fazendo isto, criava um conceito contemporâneo de sua arte, evidenciando uma simbologia  e ao mesmo tempo, instigava outras pessoas a pensarem sobre aquela imagem.Inclusive eu, como relatei no início deste texto. Por mais que esta estória possa parecer romântica e subjetiva  o que se percebe ,é a grande habilidade que ele desenvolveu em manipular algo  e materializar sua obra. E este é grande trunfo na arte, o de gerar questionamento. Este poder de síntese é que torna seu trabalho mais interessante e um fator importante no desenvolvimento da arte contemporânea. E com a possibilidade de questionamento  nas pessoas que viam seu trabalho , fez com que Driin desenvolve-se sua arte  formando uma iconografia própria e expressiva.  E assim , ele foi convidado a expor durante os anos de 2008 e 2009  na coletiva Kuboshow, realizada na cidade de Herne na Alemanha. Seu trabalho também já foi apresentado em galerias de Florianópolis. Driin com sua arte, desenvolve projetos visuais e tem o dom de despertar um cotidiano mais humano numa trilogia que ele classificou de luz,amor e vida. Sua intenção tem algo sublime que é a sua paixão pelo que faz. Acredito que o crescimento de seu trabalho permeia um sentimento jovem e cada vez mais intenso. Ele tem essa coisa fascinante da street art que é um desnundar da  alma urbana e a sensibilidade de fazer de sua criação algo original e contagiante como a vida precisa.

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