(Imagem da capa do livro ''Landscapes with a corpse'' de Izima Kaoru)
Izima Kaoru é um fotógrafo japonês que nasceu em Kyoto (1954), vive e trabalha em Tóquio.
Ele é conhecido internacionalmente por criar cenas de violência, com extrema sofisticação e uma encantadora atmosfera de horror.
Kaoru faz fotografia e cinema desde o final dos anos 70. Ele trabalhou com publicidade e foi editor-chefe da Zyappu , uma revista de moda que ele fundou em 1994.
A partir de 1993, ele criou imagens com modelos e atrizes famosas em instigantes cenas de morte. Seu conceito foi captar informações, pedindo que estas descrevessem as fantasias que poderiam sugerir de sua própria morte, para que ele então, pudesse traduzí-las através da fotografia. O trabalho resultou em inúmeras exposições internacionais e no livro intitulado ''Landscapes with a corpse'' - Paisagens com um corpo. O título até me fez lembrar dos filmes de Hitchcock.
Trabalhando em várias sequências de imagens, suas fotografias lembram também o filme ''Blow up''(1966) de Michelangelo Antonioni (o blog já postou sobre este filme). As fotos de grande angular definem a cena, antes de dar lugar a visões de médio e ''close'', onde chegamos a cena final.
A produção é impecável e quando vi as imagens, fiquei apaixonado pelo trabalho.
As modelos são produzidas e penteadas e os figurinos são de alta costura como Vivienne Westwood, Alexander McQueen, Gucci, Prada, Jil Sander, Jean Paul Gaultier, Yves St. Laurent e outros.
As locações dão a atmosfera das cenas produzidas e incomuns. Izima Kaoru, consegue criar um tratamento gracioso da figura humana em uma paisagem angustiante, contra o choque da morte.
As fotos parecem mostrar a cena de um crime ou de morte natural, mas ironicamente não parecem dimensionar algo fatal e irreversível. Ele faz com que sua fotografia pareça como um registro de uma espécie de cerimônia elegante e altamente estética.
O que me fascina neste trabalho, é a maneira como o artista monta uma estrutura visual lúdica em suas imagens, como se contasse-nos um pedaço da história humana, sem deixar pistas ou suspeitas do fato ocorrido. Ele consegue transitar no nosso imaginário de maneira surpreendente, criando uma linguagem de horror, magia, mistério e beleza.
Geralmente as cenas apresentam as modelos com os olhos abertos, como se olhassem para um vazio. E simbólicamente ele me parece traduzir algo, de um encarar a morte de frente. Vivendo o momento, com o risco absoluto e o significado do contato com a diversidade do mundo.
Izima Kaoru expõe consecultivamente nos Estados Unidos e na Europa e seu trabalho está em inúmeras coleções privadas e públicas, em museus de arte.
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