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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A grande discussão do Corpo na Arte

A idéia do corpo na arte é um tema que sempre gera  discussões filosóficas e estéticas. Sempre penso no corpo como uma expressão ilimitada do fazer artístico. Ele se dilui  na própria obra, na medida em que a criação, o fazer e obra dependem de um gesto e, conseqüentemente, de uma corporeidade.
Sempre acho interessante as diversas maneiras que artistas discutem sobre o corpo e quais as maneiras que eles encontram  para mostrar a  corporeidade a partir de seus trabalhos.
O corpo pode ser dissecado de maneira simbólica ao olhar do artista e trazer uma reflexão sobre a materiliadade e a produção de um artista.
Se analizarmos, deixa-se o corpo e a corporeidade de lado, em nome de uma assepsia do pensar, como se isso não estivesse vinculado a uma materialidade. Para gerar a materialidade de uma obra, o corpo é o canal que impulsiona a energia. Não se pode ter a matéria sem o uso do corpo na obra artística. Apelando para uma certa superficialidade do meu argumento, não podemos nos esquecer que ninguém pensa sem um cérebro e este, é um corpo. A arte precisa dele também como efeito inspirador, como canal próprio de nossas verdades mais profundas.
A separação entre corpo e mente passa por sutilezas. Geralmente se ve o corpo como  o lugar destinado a gerar a força para a produção da obra ou o lugar bruto,  sujo e pecaminoso. Esta idéia  vem desde a idade média e ainda prevalesce até nossos dias.  Por isso os artistas fazem tanta diferença ao retomar o corpo como fundamental ao pensamento e o gesto como fundamental à produção artística. Para a arte o corpo é a base e expressão máxima da materialidade na obra de um artista. O corpo também pode fazer parte da obra e  ele também pode ser o alimento da arte e não somente o condutor e gerador da energia que cria a materialidade.
O famoso psicanalista francês Lacan (Paris-1901/1981) dizia que  a essência e a verdade estão na superfície. Não há uma interioridade, um outro lugar onde se procurar  a profundidade. E a superfície é corpo e é através dele que se revela os sentidos e a nossa verdade.
Estão postados abaixo alguns exemplos do uso do corpo como forma expressiva na arte. Cada artista efetua uma linguagem diferenciada e uma compreensão simbólica sobre o tema corporeidade. 


 O trabalho da artista cubana Ana Mendieta sobre a areia intitulado '' A ausência ''. O nome  da obra já torna presente a idéia de corpo.

O trabalho do artista luso-brasileiro Antonio Manoel intitulado ''Fantasma'', evidencia a existência de um corpo.

A obra da artista paulista Nazareth Pacheco intitulada ''Vestido'', insinua a existência de um corpo.

''Toilette",  o trabalho da espanhola Pilar Albarracín, faz um  registro fotográfico de corpo nu respingado de sangue.

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